segunda-feira, agosto 01, 2005

ego gruta em mim.

me rasga uma gana de pano.

o vício por an-seio lacúnico germinou-me logo cedo semi-ações e quase-coisas.

vesti-me de bem-aventurança oca, asteei bandeira de trapo, assisti meu orgulho ventear alturas...


numa tarde, ouvi o espelho rir. era o inverno batendo à porta.

num feixe,meus pássaros cruzaram o quarto calados e partiram pela janela fechada.
Antes da travessia, um último presente: abandonaram voz em minha garganta.


eu,

que há muito havia amordaçado qualquer gula pessoal

eu,

que tantas vezes milagrei saciando olhos coroados com bússola de mim

eu,

como que num tiro, fui fonado pelo desvirgínio:

um Urro - desses semeados desde murmúrio - espreguiçou, caminhou até uma extremidade de mim folegando e explodiu !

cataclisma , imensar de horizonte, fibrilar de terra firme.
descárcere !

dói-me essa chave sonora

agora, em frequência luz, furta-me os olhos ainda embebidos
em fotofobia e os dá de presente ao chão


lágrima:
o início do sincerar da égruta em mim.