sexta-feira, agosto 29, 2008
Tem uns 4 ou 5 dias, eu sonhei com você. Com a gente. E fiquei meio confuso, foi diferente. Estávamos na minha cama, devia ser madrugada. Mas tava claro. A lua cheia, janela aberta. E um silêncio, um macio. Um silêncio que preenchia tudo, um macio em tudo. E a gente abraçado ali, a gente calado, ali deitado. E... (uow!), eu podia morar ali, morrer ali... ali, olhando a lua com sua pele na minha, arranhando sua nuca devagar, seu cabelo nos meus dedos, sua cabeça no meu peito. Era só isso, e -não me pergunta - era muito! De suspirar, de lágrima escorrer, solto. De repente, você levantou o rosto e olhou pra mim. E até esse momento eu não sabia que era você. Ou sabia, de alguma outra forma. Mas ali você me olhou, você levantou o rosto e me olhou com um sorriso surpreso. Como que num susto, mas susto sorrido, sabe? E acabou... assim, sem você me contar o quê. Eu acordei. Acordei. Mas... ficou em mim naquela manhã. E no dia seguinte, mesmo sem o sonho. Não faz muito sentido, mas eu vou te perguntar mesmo assim. Você tava com a cabeça no meu peito, com o ouvido no meu peito. Ele disse algo, o meu coração? Por que era quente dentro, uma coisa de proteger, de tremer no toque, e coberta dividida... pode ser que seja o amor, que fosse amor. Foi isso que ele te disse, o meu peito? Que era aquilo o amor?!
sexta-feira, agosto 22, 2008
- ...e se eu estiver?
- eu te deixaria ir.
- mentira.
- se voce for, é por que já não estava aqui. não está mesmo, está?
- por que ainda não fui?
- coragem.
- eu fui outras vezes.
- voltou.
- voce foi atrás de mim. me pediu...
- eu iria de novo.
- por que?
- eu sempre vou.
- por que?! e por que você sempre vai?!!
- não sei! eu sou esse!!
- esse quem?! quem você pensa que é?!
- o que sempre vai! e que fuma na janela...(pigarro)... e que tosse o dia inteiro mas não pára com essa merda. que sente dor de cabeça, mas nao coloca os óculos...
- essência, né.
- não entendi.
- você é o ser mais romântico que eu conheço, mas com você mesmo.
- por que isso?
- você acha que ai dentro tem uma coisa verídica, imutável. sua essência ...né? olha pra mim!
- pára.
- um ser contraditório, paradoxal...
- fala baixo!
- (rindo)babaca...
- é, sou.
- eu também.
- por que?
- eu te deixaria ir.
- mentira.
- se voce for, é por que já não estava aqui. não está mesmo, está?
- por que ainda não fui?
- coragem.
- eu fui outras vezes.
- voltou.
- voce foi atrás de mim. me pediu...
- eu iria de novo.
- por que?
- eu sempre vou.
- por que?! e por que você sempre vai?!!
- não sei! eu sou esse!!
- esse quem?! quem você pensa que é?!
- o que sempre vai! e que fuma na janela...(pigarro)... e que tosse o dia inteiro mas não pára com essa merda. que sente dor de cabeça, mas nao coloca os óculos...
- essência, né.
- não entendi.
- você é o ser mais romântico que eu conheço, mas com você mesmo.
- por que isso?
- você acha que ai dentro tem uma coisa verídica, imutável. sua essência ...né? olha pra mim!
- pára.
- um ser contraditório, paradoxal...
- fala baixo!
- (rindo)babaca...
- é, sou.
- eu também.
- por que?
e ela sai, sem fechar a porta, nem voltar.
domingo, agosto 10, 2008
pré-música 3ª. âmago blues
o que existe além do âmago?
além do forro - o mais profundo
o que é que fala depois que nós...
depois que a voz... depois que tudo...
o que é que dura
além do conto, depois da curva
do passo escuro
qual o começo, o elementar
que vai ficar
mesmo que eu não seja
tão especial
assim
eu quero um arco íris pra mim
líquido e certo
leve
concreto
um final feliz.
além do forro - o mais profundo
o que é que fala depois que nós...
depois que a voz... depois que tudo...
o que é que dura
além do conto, depois da curva
do passo escuro
qual o começo, o elementar
que vai ficar
mesmo que eu não seja
tão especial
assim
eu quero um arco íris pra mim
líquido e certo
leve
concreto
um final feliz.
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