domingo, novembro 16, 2008
terça-feira, novembro 11, 2008
sobre um clichê inocentado.(com 'senhas', da calcanhoto)
"diversidade" é boa palavra, dizem. eu concordo. as aspas, por exemplo, usei pra dar destaque ao verbete. respeito o termo. vejo nele um certo teor revolucionário, sabe? há, por exemplo, os uniformes que protegem a diversidade das espécies. as correntes da diversidade de modos de vida, de culturas. talvez seja esse o principal argumento da marcha anti-globalização. meio assim: meu neto, talvez não chegue a saber o que é 'saci'. minha irmã de 11, já tá pouco se fudendo, curte 'high school musical' e tá feliz, crescendo. e sem saudosismo. aquele papo de vó de que "no meu tempo...", não é exatamente o que se pretende aqui. mas pensando nisso pelas pesquisas da madrugada, dei de cara com o 'slow life', uma ideologia que prega um existir menos apressado. pausa: isso é revolução, caro leitor de blog, e da mais vertiginosa. pense comigo, que nem sempre o mundo esteve engatado em 5ª marcha. para dar conta de uma tarefa 'x', José precisava de orgânicos 4 dias. você, capaz que é, se ofereceu finalizando em 2. seu vizinho adora café, e mata essa em 1 dia, olha que eficaz. nesse processo de alta performance e superação, o homem se inventou robô, elevou seu rendimento funcional. aplausos? nessa de priorizar a casca, os eticétaras vieram com força, e aí aquela merda toda: aquecimento global, divã lotado, cultura do medo.... recuperar o entendimento de que água de côco combina com paletó, afrouxa a gravata do mundo. é raro, e isso por si só já faz da coisa algo interessante. é a tal da diversidade gritando por espaço, tentando te fazer lembrar dela apesar da memória curta da geração rivotril, que acredita que o normal é isso aí. artista de plataforma é o caralho. vida é invenção, respeitável amigo. escreve umas coisas a que você queira se propôr num papel, e aí prega num lugar visível. e um beijo se isso soa azulzinho demais, olha mais de perto. ou você pode ficar por aí, se quiser. eu já to em outro mundo, e aqui o brilho no olho tá correndo solto.
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ou 'sobre brilho no olho enquanto argumento'
segunda-feira, novembro 03, 2008
bailapso
era carnaval, acho. havia lantejoulas, corpos cintilantes... whisky a meio preço. na caixa de grave, uma versão daquela musica do milton... como era(?)... e uma colombina também, de vermelho, acenando de um dos cantos da varanda, bonita como só colombinas podem ser. como de costume, minhas memórias de pierrot encontram-se misturadas às ficções do meu olhar torto. na verdade acho que sou um cara torto. devia ser meu sobrenome: joão torto. deve ter até certa poesia nisso, mas vai saber... era o 2º baile, e acho que o joão já não era tão sensível como era no tempo do "pra sempre". não apostaria a mão se o perguntassem o que viu no fundo daqueles olhos, tão inconfundíveis e familiares. até o 1º baile, ele diria que algo seu residia lá, algo exclusivamente seu, que nem josés, nem manecos poderiam tirar daquele buraco negro. que desde sempre eram, ele e ela, encontro marcado, eram chave única e fechadura, que ao se encontrarem forneciam acesso a uma dimensão desconhecida, virgem, que nunca seria acessada se não se tocassem. diria que do banco traseiro do taxi que dividiram de volta à cidade, emergiram lábios recíprocos, e também uma memória-corpo, um reencontro muscular completo se entranhando nos dias que viriam a seguir. mas no baile seguinte, nuvens esparsas nebularam a previsão. e do outro lado daqueles olhos de abismo, do lado de dentro, não se sabe se havia de fato aquele alguém, esse com quem a tal memória-corpo fora compartilhada no festejo anterior - memória que ele, por ser-se, poderia ter criado afinal, o que é sempre difícil perceber. me vieram à cabeça os rostos dos palhaços que passaram pela minha infância. eu os achava ridículos na época, e pode haver algo em comum entre nós. pode haver um bobo no espelho. um joão bobo que só quer saber do que pode dar certo, mas que aqui, pendula, sem saber diferenciar. a síntese? há um alarme tocando entre meu tórax e meu abdôme, poucos graus à esquerda. e a sirene - megalofônica - me acusa de ter quebrado um vaso precioso, daqueles de dinastias imperiais, ou sei lá o que. talvez um depositário, onde guardaríamos, eu, o pierrot-joão-bobo, e a colombina-abismo-de-vermelho, o registro dos mais bonitos caminhos cruzados de que já se teve notícia.
então, como desliga?
little dance party
there are no news in lonetown
just the same shadow dancing
and the fake peripheral heart blindness
shut up, skin.
just the same shadow dancing
and the fake peripheral heart blindness
shut up, skin.
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