segunda-feira, janeiro 24, 2005

beijo luz.

O céu estava tímido,
cobria-se de nuvens tecidas com fios espessos.
Sentia-se assim protegido dos poetas e demais ladrões.
Tantas vezes fora refém de suspiros e canções,
prisioneiro de reflexos, tantas vezes serviram-se
de suas jóias para adornar meninas dos olhos e corações...

Não aconteceria mais...

... se não fosse a mais bela e - ironicamente - intensa das quatro filhas satélites.

Mas havia algo diferente dessa vez.
Não fora terrena a investida , de Lua Cheia partira o flerte .

Um vôo verde de pássaro encantara a mais recente enamorada,
alterou sua órbita , até então inabalável.

Nada mais se poderia fazer, Lua Cheia havia vencido o alvo véu.

Venceria qualquer coisa para tocá-lo ,
brilhar em suas penas ,
penas que pareciam só ter alcançado a prima cor , o tom inato,
depois daquele beijo em forma de luz.

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