quarta-feira, fevereiro 06, 2008

não sou aquela que você criou. uma eu menos forte, mais flácida e infantil te espera aqui. mas tua, completamente tua, desde que entraste em minhas madrugadas com tua barba e colônia. não, eu não leio tuas entrelinhas. sim, me escapam teus duo-sentidos, teus suspiros, mesmo que as vezes antecipe teu tabaco, teu café, teu cafuné. nem sou fatal, era só mistura de uma fenda de vestido e cosmopolitans do Atlântico. isso é de escorpião. pois bem, se não tem nada nesse retrato que te chame, que te inflame: c'est la vie. não tente. se não é, não invente. tem que ser essa, a tua fome, teu paladar. porque é nesse retrato que eu me pinto íntima. é dele o meu reflexo mais presente. insegura, bipolar, míope, entediante aos domingos e muito ácida nas 3 primeiras horas do dia, mas... entregue. resignada e entregue ao amor. sou também essa que quase gosta do gosto desarrumado dos teus dias sem volta, de tuas noites sem nota. essa que não quer te salvar de ti, nem a si mesma. tu morrerias de qualquer maneira. e eu também. aceito esse furo no peito, e olha, coloco nele um sorriso, e algumas flores. são narcisos, você gosta? um dia serão rosas. me agradará o salgado de uma lágrima outra, mais macia. me afagará tê-lo sem ter, pra tê-lo todo. já me excita domar-me a dor. viu? sou filme, sou close. e graças à ti, jorra meu blog. você me rasga, mas agora posso olhar lá dentro. agora vai. não fala nada. limpa esse batom, e vai.

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